Práticas para a Mitigação do Impacto da Agropecuária nas Alterações Climáticas

Rita Silva — 2022-11-10

A elevada quantidade de gases com efeito de estufa na atmosfera tem origem em diversas áreas como a energia, a indústria, os transportes, os resíduos e águas residuais ou a agricultura e usos do solo. Em 2017, a agricultura mostrou ser responsável por 8,72% dessas emissões. Nesse mesmo ano, em Portugal, a agricultura contribuiu com 10% para as emissões nacionais dos gases com efeito de estufa. Estes gases acrescem aos naturalmente presentes na atmosfera, reforçando o efeito de estufa e consequentemente o aquecimento global. No sentido de combater este problema, urge a necessidade de adotar práticas mais sustentáveis e de pegada carbónica mais reduzida ou nula. A gestão adequada da alimentação animal, das pastagens e dos efluentes permitem reduzir a emissão dos gases com efeito de estufa associadas à agropecuária. Estas práticas de gestão, aliadas à introdução de mudanças estruturais nos sistemas produtivos poderão ser a resposta para controlar a evolução das emissões associadas a este sector.

Modelação da Sobrevivência do Staphylococcus aureus em Bifes Revestidos com Extrato de Urucum (Bixa orellana L.) em Óleo de Coco

Karinne Novaes — 2022-11-10

O presente estudo teve por objetivo avaliar a cinética do Staphylococcus aureus, durante o período de refrigeração, em bifes de carne bovina revestidos com extrato de sementes de Bixa orellana L. (urucum) ao 0%, 10%, 20% e 30% em óleo de coco, embalados em atmosfera normal e a vácuo. A caracterização da sobrevivência do S. aureus nos bifes foi realizada mediante o ajuste do modelo Weibull (σ, β) a cada uma das curvas experimentais obtidas após inoculação superficial do patogénico nos bifes (~5.2 log CFU/cm²). Quanto maior foi a concentração de urucum extraído, maior foi seu poder bactericida. Exceto para o extrato de urucum a 30%, todas as curvas do S. aureus inoculado nos bifes mantidos em atmosfera normal apresentaram uma fase inicial de resistência à inativação. Comprovou-se uma maior inativação quando os bifes foram embalados a vácuo, mediante o decréscimo imediato do S. aureus em todas as curvas de sobrevivência, agora côncavas (β<1,0). Uma transformação dos parâmetros Weibull σ e β permitiu estimar o tempo necessário para atingir a primeira redução decimal do S. aureus em bifes revestidos com óleo de urucum extraído ao 0%, 10%, 20% e 30%, o qual foi ∞, 14,4 dias (IC 95%: 8,1-20,8 dias), 8,3 dias (IC 95%: 6,6-10,1 dias) e 2,5 dias (IC 95%: 0,24-4,8 dias), respectivamente, quando embalados em atmosfera normal; e significativamente menores quando embalados a vácuo: 10,6 dias (IC 95%: 0,80-22 dias), 7,2 dias (IC 95%: 0,11-14,3 dias), 2,9 dias (IC 95%: 2,2-3,7 dias) e 0,43 dias (IC 95%: 0,05-0,81 dias), respetivamente. Este trabalho de investigação permitiu concluir que o extrato de sementes de urucum em óleo de coco apresenta-se como um antimicrobiano promissor que pode ser aplicado como cobertura de carnes de bovino frescas para o controle do S. aureus.

Revista Portuguesa de Zootecnia

Práticas para a Mitigação do Impacto da Agropecuária nas Alterações Climáticas

Modelação da Sobrevivência do Staphylococcus aureus em Bifes Revestidos com Extrato de Urucum (Bixa orellana L.) em Óleo de Coco